A caixa amarela

Quinta-feira, 22 de março de 2012


“Achei curioso e fiquei imaginando se, ao escrever, Lygia passava por uma daquelas crises de revolta contra a desigualdade pelas quais todos passamos de vez em quando, devido a algumas passagens do livro (Querida) com a ´dupla da rodoviária´. Os personagens e principalmente os comentários feitos sobre eles eram totalmente dispensáveis, algumas vezes até paralelos à narrativa. Ponto pra Lygia que, mesmo assim, expôs sua critica, sem se preocupar com as possíveis críticas dos críticos literários”. 

(Trecho de e-mail recente do meu sobrinho
Pedro Silveira Câmara
Ele tem 16 anos e é aluno do Colégio Pedro II)




Quinta-feira, 08 de março de 2012

“Contrariamente à ideia moderna da singularidade como o que não se repete de cada ser em sua diferença, Emmanuel Lévinas, numa perspectiva ontológica, coloca o ponto do irredutível naquilo que é comum a cada um dos seres humanos, a solidão de existir, o mais privado, o que não se pode compartilhar com ninguém, apesar de estarmos rodeados de seres e coisas: [Para Lévinas,]Pode-se intercambiar tudo entre os seres, exceto o existir. Nesse sentido, ser é isolar-se pelo existir. Sou mônada na medida em que sou. É por existir que sou sem portas nem janelas, e não por um conteúdo qualquer que seria em mim incomunicável.” 
(Leonor Arfuch)

Referência: Arfuch, Leonor. O espaço biográfico: dilemas da subjetividade contemporânea. Tradução de Paloma Vidal.Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010. p. 129. 





Sábado, 11 de fevereiro de 2012

“Ao longo do texto, outras situações com cores aparecem convidando o leitor a um novo tipo de leitura. Embora Bojunga indique um caminho com suas metáforas, o leitor continua sendo o protagonista do ato da leitura. Com este rico jogo de palavras e de significados, a autora não só indica, mas também abre caminhos vários para seus leitores.
Nesta narrativa, verificamos ainda a maneira como uma criança pode lidar com a morte. Entretanto, um ponto importante que Lygia desenvolve é a forma como os adultos lidam com o fato de uma criança ter que elaborar a perda de alguém querido. Uma das questões que contribuem para a dificuldade de Cláudio em compreender o que acontecera ao seu amigo pintor é justamente a falta de informação. Os adultos, sua única fonte, evitaram ao máximo contar-lhe que seu amigo cometera suicídio, se matara.”
(Luciana Bastos Figueiredo)

Referência: FIGUEIREDO, Luciana Bastos. Entre a estante de casa e a carterira da escola: o artístico e o didático na obra de Lygia Bojunga Nunes. Dissertação de Mestrado. Instituto de Letras / UERJ. Rio de Janeiro, 2006. Orientador: Gustavo Bernardo Krause.




Sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Clique e assista a uma entrevista curta, síntese muito boa!
tvcultura.cmais.com.br/.../entrelinhas-pgm-237-lygia-bojunga


Sexta-feira, 16 de dezembro de 2011


Na Flist, Festa Literária de Santa Teresa, em 2009



Sexta-feira, 02 de dezembro de 2011
       
        No romance O deslumbramento (Le ravissement de Lol V. Stein), de Marguerite Duras, a jovem Lol perde o noivo para uma outra moça, bem no início de um grande baile. Ao contrário da narradora de "A troca e a tarefa", Lol permanece congelada no instante da perda. Ao invés de atravessar para o outro lado da ilha, Lol permanecerá atrás das plantas, alheia à passagem dos anos: 

         "Lol tinha instintivamente dado alguns passos em direção a Anne-Marie Stretter ao mesmo tempo que Michael Richardson. Tatiana a tinha seguido. Então elas viram: a mulher entreabriu os lábios para nada pronunciar, na surpresa maravilhada de ver o novo rosto daquele homem notado pela manhã. A partir do momento em que ela se encontrou em seus braços, com seu embaraço repentino, com sua expressão abalada, imobilizada pela rapidez do fato, Tatiana compreendeu que a confusão que o tinha invadido acabava por sua vez de apossar-se dela.
       Lol tinha voltado para trás do bar e das plantas verdes, Tatiana, com ela.
        Eles tinham dançado. Dançado mais uma vez. Ele, com os olhos abaixados para a região nua de seu ombro. Ela, menor, só olhava ao longe do baile. Não se falaram.
         Terminada a primeira dança, Michael Richardson se aproximara de Lol como de costume. Em seus olhos implorava uma ajuda, uma aquiescência. Lol tinha sorrido para ele.
          Depois, ao fim da dança seguinte, não tinha ido reencontrar Lol.
           Anne-Marie Stretter e Michael Richardson não mais se tinham deixado."
            E não se deixarão por toda a noite, enquanto Lol permanece de pé, na mesma posição: "A orquestra parou de tocar. O baile ficou quase vazio. Restaram apenas alguns pares, entre os quais o deles e, atrás das plantas verdes, Lol e essa outra jovem, Tatiana Karl". (A tradução é de Ana Maria Falcão para a editora Nova Fronteira, 1986, pp. 12-14)


        Sexta-feira, 18 de novembro de 2011

       "A casa da madrinha é sem dúvida uma das melhores obras de Lygia Bojunga! Com toda sua imaginação e criatividade, conta a história de um pobre menino que encontra um pavão e eles juntos vivem uma aventura. O livro entretém tanto o leitor, que é impossível parar de ler!"

     Esta é a opinião de João Pedro, 10 anos. Ele é meu sobrinho e mora em Rio Branco, no Acre.
     

                    
           Sexta-feira, 04 de novembro de 2011     


João Filipe, 6 anos, em casa, há dois ou três meses.
  Ele é meu sobrinho e mora em Rio Branco, Acre.


             Sexta-feira, 21 de outubro de 2011
  
           “Ao abrir o livro, o Sumário nos convida a decifrar o fascínio que uma cama exerce sobre aqueles que a possuem: a cama na lembrança, a cama na foto antiga, a cama no morro, a cama no antiquário, a cama na espera. Na medida em que o leitor vai conhecendo os personagens, a cama – personagem principal desta drama – parece acordar velhas lembranças que não estão no livro, mas que estão sob a poeira do inconsciente de cada um de nós.
              De repente eu me vi lembrando de uma cama que também fora considerada um bem da família. Antes de meu pai partir desta para uma melhor, deixou claro para o resto dos filhos que depois de sua morte a sua cama teria uma dona: eu. Confesso que fiquei com a cama apenas por alguns meses. Senti que eu {não} era a única a dormir naquela cama. Juntando energia de tantos falecidos, ficou difícil conseguir descansar. Também, a cama estava na família há tantos anos que já parecia parente próximo. Na verdade, a cama me fazia muito mal. Eu tinha insônia, dor de cabeça, comichão, crise nervosa. Coisa esquisita. Minha mãe resolveu não só tirar a cama do meu quarto como tocar fogo. Lá se foi o bem secular. Engraçado que, com a cama, foi-se a dor de cabeça, a insônia e {o} comichão.”  (Fabiana Souza) - grifo meu.
Trecho de resenha publicada no site Leitura Crítica. Link para o texto integral:
http://www.leituracritica.com.br/apoioprof/aprecia/008libojugacama.asp



           Quinta-feira, 22 de setembro de 2011

         “Ao me aproximar do universo de Lygia Bojunga, deparei-me com um casarão amarelo, com janelões verdes, portões de grades de ferro e paredes cobertas com azulejos antigos. As plantas na entrada reportam à mesma imagem presente na capa do seu livro Paisagem, o que nos permite inferir, desde já, as relações entre vida e obra que perpassam a trama narrativa dessa autora.” (Gerlane Oliveira)

Referência: OLIVEIRA, Gerlane Roberto de. Na trama da escrita autoficcional: relações entre obra e vida em Lygia Bojunga Nunes. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Letras / UFMG. Belo Horizonte, 2010. Orientador: Ana Maria Clark Peres. 

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